quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

ENCHENTES: PREVENINDO AS DOENÇAS




Além de todos os estragos, a água das enchentes transbordam rios e carregam consigo lama, lixo e esgoto, inclusive para dentro das casas. Nessas condições ocorrem várias doenças, algumas pelas ingestão de alimentos e água contaminada e outras pelo contato com a mesma. A prevenção e a informação ainda são os melhores tratamentos. Por isso a importância de alertar a comunidade sobre a necessidade de prevenir para evitar problemas de saúde ocasionados pelo contato com a água suja das chuvas, que carregam uma série de bactérias e vírus. Veja abaixo as principais doenças causadas pelas enchentes e fique em alerta com sua saúde para qualquer sinal de alteração, se necessário procure a unidade de saúde mais próxima.

Leptospirose

O que é: A leptospirose é uma doença infecciosa, causada por uma bactéria chamada Leptospira, presente na urina de ratos, bois, porcos e cães. Está diretamente ligada às enchentes e é extremamente letal.
Transmissão: A leptospirose é transmitida ao homem através do contato com a pele. Por isso, em época de chuvas, o número de casos aumenta: a urina de roedores dos bueiros e esgoto se mistura à água da chuva e de córregos nos alagamentos.
Sintomas: Os primeiros sintomas são semelhantes aos da gripe e da dengue: febre, dor de cabeça e dores pelo corpo (principalmente na panturrilha). Os pacientes também costumam apresentar vômito, diarréia e tosse.
Prevenção: Evite contato com a água das enchentes. Use água sanitária que mata a Leptospira e deve ser usada para desinfetar reservatórios de água, locais e objetos que podem ter sido contaminados. Utilize um litro de água sanitária para mil litros de água.Combata os ratos, armazenando corretamente alimentos e dando o destino correto aos lixos.

Hepatite A



O que é: A hepatite é uma doença aguda causada pelo vírus tipo A.Transmissão: Normalmente de pessoa para pessoa. O agente da infecção é encontrado nas fezes do doente e a contaminação acontece devido à manipulação de objetos, água ou alimentos.
Sintomas: Mal-estar, febre baixa, náuseas, dor abdominal e icterícia (cor amarelada na pele e olhos). A urina pode ficar escurecida e as fezes mais claras.
Prevenção: Lave bem as mãos, desinfete objetos, bancadas, chão, berços, camas e utensílios, com água sanitária e controle o destino dos dejetos como fezes e fraldas.

Doenças Diarreicas

O que são: São doenças causadas por microorganismos presentes em fezes humanas e animais; onde a que mais acomete a população é a Cólera.
Transmissão:
Doenças diarréicas acontecem quando a pessoa bebe água e alimentos contaminados por fezes humanas ou de animais, ou por água contaminada de enchentes.
Sintomas: Mal-estar geral, febre, dor abdominal, náusea, vômito, diarréia (aquosa, com muco ou sangue). Pode ocorrer desidratação.
Prevenção: Realizar o tratamento da água ingerida e utilizada nos alimentos e higienização das mãos.

Doenças Transmitidas por Alimentos

O que são: São doenças causadas por parasitas, a Febre tifóide é a com maior incidência.
Transmissão: Durante as enchentes e inundações, esses microorganismos e parasitas, presentes em esgotos, podem se misturar à água e à lama das enxurradas. A Febre Tifóide é
transmitida através da ingestão de alimentos ou água contaminada, o mais comum, ou então pelo contato direto com os portadores, através de um beijo por exemplo. Seja qual for a origem a única porta para a sua entrada é a via digestiva.
Sintomas: Vômito, diarréia, dor abdominal, dor de cabeça e febre.
Prevenção: Jogue fora todo alimento que teve contato com água da enchente. Lave todos os utensílios e superfícies que tenham contato com alimentos. Prefira comer alimentos cozidos, se não for possível, lave os alimentos com água potável e deixe de molho em água com cloro por 15 a 20 minutos, seguindo a receita: diluir uma colher de sopa de água sanitária em um litro de água. Lave bem as mãos antes de preparar os alimentos. Beba sempre água potável. Guarde os alimentos em recipientes bem fechados. Tenha muito cuidado com a água utilizada no preparo da alimentação dos lactentes (menores de um ano). Não use água de poço. Esvazie a caixa-d’água. Esfregue as paredes da caixa-d’água com escova e pano limpo. Coloque 1 litro de água sanitária (hipoclorito de sódio 2,5%) para cada 1.000 litros de água. Depois deixe por período de duas horas e esvazie a caixa-d’água.

Dengue

O que é: A dengue é uma doença infecciosa causada por um vírus. No Brasil, os dois tipos mais comuns são: dengue clássica e dengue hemorrágica. Ela é considerada uma doença pós enchente onde esta água se acumula dentro de imóveis, terrenos baldios, recipientes ... favorecendo meios de proliferação do mosquito.
Transmissão: Acontece pela picada do mosquito Aedes Aegypti.
Sintomas: A dengue clássica é a forma mais leve da doença e alguns dos sintomas são: cansaço, febre, dores de cabeça, nos olhos e nas articulações, enjôos e vômito. A dengue hemorrágica começa com os mesmos sintomas, mas eles pioram a partir do terceiro dia, quando começam as hemorragias (sangramentos em vasos ou órgãos) e se não tratada pode levar à morte.
Prevenção: É preciso combater o mosquito. Saiba como: Coloque areia em pratos de vasos de plantas. Deixe garrafas, outras embalagens recicláveis e brinquedos longe da chuva. Após a enchente esvaziar a caixa d´água, lavá-la, tampá-la e verificar se não há rachaduras nas tampas. Faça um furo na parte debaixo dos pneus, para não acumular água dentro deles, ou guarde-os em lugar fechado. Lave tanques e baldes com água e sabão. Não jogue lixo na rua ou terrenos vazios. Remova sempre as folhas que se acumulam nas calhas. Guarde as garrafas vazias sempre de cabeça para baixo. Quando não estiverem sendo utilizados, mantenha os ralos vedados. Jogue areia nos cacos de vidro dos muros que podem juntar água

Tétano

O que é: doença grave causada pela bactéria Clostridium Tetani, que libera diversas toxinas no organismo acometido.
Transmissão: é transmitido a partir da exposição de ferimentos, comuns durante as enchentes, onde há contato do patógeno com a pela lesionada.
Sintomas: A contaminação de feridas com esporos leva a formação de toxinas, que são responsáveis pela doença que caracteriza-se por espasmos musculares . O primeiro sinal de tétano é o trismus, ou seja, contração dos músculos mandibulares, não permitindo a abertura da boca. Depois ocorre rigidez do pescoço, costas, riso causado pelo espasmo dos músculos em volta da boca, dificuldade de deglutição, rigidez muscular do abdome, por opstotóno que é uma forma de espasmo tetânico em que se recurvam para trás a cabeça e os calcanhares, arqueando-se para diante o resto do corpo, suor excessivo, aumento da tensão arterial e por taquicardia. Os espasmos duram de 3 a 4 semanas, e a recuperação completa pode levar meses. Cerca de 30% dos casos são fatais, por asfixia devido a espasmos contínuos do diafragma.
Prevenção: A imunização contra o tétano é a principal forma de prevenção, a partir da vacinação com a DT em adultos e com a DTP/tetravalente ou DT infantil em crianças, mas de qualquer forma, é importante procurar a unidade de saúde, se informar e ficar em dia com a carteira de vacinação. Cuidados com o manuseio de objetos perfuro cortante, e o correto armazenamento dos mesmos, limpeza adequada de feridas, vacinação anualmente de animais, alguns cuidados antes de intervenções cirurgicas e o uso de calçados também são formas de prevenção.

CUIDADOS ESSENCIAIS PARA PREVENÇÃO DAS DOENÇAS DURANTE AS ENCHENTES

Cuidado com a água para consumo humano

Durante uma inundação, é possível que a água não esteja em condição adequada de consumo, exigindo, dessa forma, procedimentos básicos para garantir a qualidade. A ingestão de água contaminada pode causar diarréias e doenças parasitárias. Caso observe alguma alteração na água da torneira (como odor e/ou coloração diferente do habitual), entrar em contato com a empresa responsável pela distribuição da água e/ou Secretaria de Saúde do seu município. Sempre filtre e ferva a água antes de beber. Caso não possa fervê-la, trate a água para consumo com hipoclorito de sódio (2,5%). Para cada litro de água que for beber, adicionar duas gotas de hipoclorito de sódio e deixar repousar por 30 minutos. É importante respeitar esse tempo de repouso para eliminar a bactéria. Se você, algum familiar ou amigo apresentar três ou mais episódios de diarreia em um intervalo de 24 horas, procure atendimento médico. Caso duas ou mais pessoas apresentem diarreia, náusea, vômito e dor abdominal depois de comer e beber alimentos da mesma origem, isso pode ser um surto. Procure a unidade de saúde mais próxima.

Cuidado com os alimentos em situação de enchentes


Durante uma situação de enchente e depois dela, é possível que os alimentos não estejam em condições adequadas para o consumo. Não consumir alimentos com cheiro, cor ou aspecto fora do normal (úmido, mofado, murcho). Leite, carne, peixe, frango, ovos crus ou malcozidos, principalmente aqueles que entraram em contato com a água de enchente. Alimentos refrigerados e que tenham ficado por mais de duas horas fora da geladeira, principalmente carne, frango, peixe e sobras. Alimentos industrializados com validade vencida. Frutas, verduras e legumes estragados ou escurecidos que entraram em contato com a água de enchente. Evite doenças seguindo as recomendações abaixo:
Alimentos com embalagem ou tampas estufadas. Alimentos embalados (vidro, lata, caixa tipo “longa vida”, plásticos) que estejam abertos e/ou danificados. Higienização com hipoclorito de sódio (2,5%) em situação de enchente. Utilize hipoclorito de sódio (2,5%) para as atividades de higienização. Obs. 1: Leia e siga as instruções da etiqueta na embalagem do produto. Obs. 2: Nunca misture o hipoclorito de sódio (2,5%) com amoníaco, nem com outros produtos de limpeza. Obs. 3: Para não se contaminar com a água da enchente ou lama, no momento da limpeza, utilize equipamentos de proteção individual (botas, luvas, máscara), caso não possua esse material, improvise com saco plástico.

Atenção especial a Leptospirose


Durante as enchentes a doença que mais se destaca é a Leptospirose, portanto, existem alguns cuidados necessários como: Evitar o contato com água ou lama de enchentes ou esgotos. Impedir que crianças nadem ou brinquem nesses locais, que podem estar contaminados pela urina dos ratos.
OBS: Pessoas que trabalham na retirada da lama e entulho devem usar botas e luvas de borracha para evitar o contato da pele com água e lama contaminadas (se isso não for possível, usar sacos plásticos duplos amarrados nas mãos e nos pés). usar também um pano ou lenço limpo para cobrir a boca e o nariz. Após as águas baixarem, será necessário retirar a lama e desinfetar o local (sempre se protegendo). Lave o chão, paredes e objetos caseiros, desinfetando com água sanitária na proporção de 400 ml ou duas xícaras de hipoclorito de sódio (2,5%) ou água sanitária para 20 litros de água, deixando agir por 30 minutos.


Cuidados com a prevenção de acidentes por animais peçonhentos pós enchente

Assim como o homem, em situações de enchentes, os animais peçonhentos como serpentes, aranhas e escorpiões também ficam desabrigados e procuram abrigo em locais secos.
Os principais cuidados ao voltar para casa são: Entrar com cuidado e observar atentamente a presença de animais peçonhentos, sabendo que estes se escondem do homem; bater os colchões antes de usá-los e sacudir cuidadosamente roupas, sapatos, toalhas e lençóis; limpar o interior e os arredores da casa usando luvas, botas e calças compridas. Em caso de acidentes:
1. Lave o local da picada de preferência com água e sabão. 2. Mantenha a vítima deitada. Evite que ela se movimente para não favorecer a absorção do veneno.
3. Se a picada for na perna ou no braço, mantenha-os em posição mais elevada.
4. Não faça torniquete. Impedindo a circulação do sangue, você pode causar gangrena ou necrose.
5. Não fure, não corte, não queime, não esprema, não faça sucção no local da ferida e nem aplique folhas, pó de café ou terra sobre ela para não provocar infecção.
6. Não dê a vítima pinga, querosene, ou fumo, como é costume em algumas regiões do país.
7. Leve a vítima imediatamente ao serviço de saúde mais próximo, para que possa receber o soro em tempo.
8. Leve, se possível, o animal agressor, mesmo morto, para facilitar o diagnóstico.
9. Lembre-se: nenhum remédio caseiro substitui o soro antipeçonhento.
OBS: Serpentes, aranhas ou escorpiões podem estar em qualquer parte da casa, principalmente em lugares escuros.


Limpeza e desinfecção da caixa d'água



1. Feche o registro e esvazie a caixa d’água, abrindo as torneiras e dando descargas.
4. Retire a água suja que restou da limpeza, usando balde e panos, deixando a caixa totalmente limpa.
5. Deixe entrar água na caixa até encher e acrescente 1 litro de hipoclorito de sódio a 2,5% para cada 1.000 litros de água. Na falta de hipoclorito de sódio a 2,5%, poderá ser utilizada água sanitária sem alvejante e perfume.
6. Aguarde por duas horas para desinfecção do reservatório.
7. Esvazie a caixa. Essa água servirá para limpeza e desinfecção das canalizações, chão e paredes.
8. Tampe a caixa d’água para que não entrem pequenos animais ou insetos.
9. Anote a data da limpeza do lado de fora da caixa.
10. Finalmente abra a entrada de água.


Como proteger os alimentos na falta de energia


Mantenha as portas da geladeira e freezer fechadas para que a temperatura interna se conserve fria o maior tempo possível;
A geladeira conserva frios os alimentos por até quatro horas se for mantida fechada durante todo o tempo. Um f r e e z e r poderá conservar a temperatura por aproximadamente 24 horas se a porta se mantiver fechada;
Se a energia elétrica faltar por um período de tempo prolongado, aconselha-se adquirir blocos de gelo (se possível) para conservar a temperatura da geladeira a mais fria possível. Nesse período, caso se decida pelo consumo de carne, frango, peixe ou ovos refrigerados ou congelados que ainda se conservam a uma temperatura segura, é importante que cada produto seja muito bem cozido, para que se destrua qualquer tipo de bactéria de origem alimentar. O que fazer quando a energia elétrica se restaura? Verifique cada pacote de alimento congelado para avaliar se ainda estão em boas condições. Não se deve confiar no aspecto e cheiro. Vale lembrar que, se algum alimento esteve por mais de duas horas exposto à temperatura acima de 5°C, este deve ser jogado fora;



Cuidado para evitar as doenças infecciosas respiratórias


Sempre que tossir ou espirrar, proteja a boca e o nariz com um lenço de papel. É extremamente importante a lavagem das mãos e uma higiene corpórea adequada.


Previna-se do tétano acidental

Tétano, como já citado acima, é uma doença grave que pode estar presente em objetos de metal (mesmo que não esteja enferrujado), de madeira, de vidro ou mesmo no solo (pregos, latas, ferramentas agrícolas, cacos de vidro, galho de árvore, espinhos, pedaços de móveis e outros).As pessoas podem adoecer quando, acidentalmente, sofrem lesões na pele (ferimentos, cortes, perfurações) por objetos contaminados deixados no ambiente e contaminados pela bactéria.
O contato com os entulhos e os destroços podem provocar lesões na pele e, consequentemente, o adoecimento por tétano acidental. A melhor e mais segura forma de prevenção e proteção é por meio da vacinação disponível no posto de saúde. Em caso de ferimentos graves, antecipar a dose de reforço para cinco anos após a última dose. O intervalo mínimo entre as doses é de 30 dias. Mulher grávida que esteja com a vacina em dia, mas recebeu sua última dose há mais de cinco anos, precisa receber uma dose de reforço. A dose deve ser aplicada no mínimo 20 dias antes da data provável do parto. Se você não se lembra se foi vacinado, ou caso possua outras dúvidas, procure o serviço de saúde mais próximo, levando seu cartão de vacinação. Caso não possua esse cartão, informe ao profissional de saúde.

 Como agir no carro em caso de enchente


  •  Ligue o rádio para descobrir caminhos alternativos;
  • Não atravesse áreas inundadas;
  • Evite que a água chegue ao motor;
  • Diminua a velocidade e aumente a distância em relação ao carro da frente;
  • Em caso de emergência, atravesse áreas alagadas em baixa velocidade, mantendo o motor acelerado;
  • Se possível, pare o carro em um local mais alto;
  • Se o nível de água continuar a subir, todos devem sair do carro e procurar um lugar seguro para esperar a chuva passar;
  • Não atravesse áreas alagadas atrás de outro veículo;
  • Para secar o freio, utilize-o algumas vezes. Freios molhados podem falhar;
  • Dirija com cuidado, pois as vias molhadas ficam escorregadias;
  • Fique atento: a água impede que você veja buracos e bueiros sem tampa;
  • Para se prevenir: conheça os pontos mais altos que ficam próximos do caminho que você normalmente faz;

Como agir na rua em caso de enchente


  • Se você estiver num local seguro, não saia e aguarde a ajuda dos bombeiros;
  • Não vá para áreas de risco, isso dificulta o possível resgate;
  • Em casos de chuva com ventos fortes, fique atento: há risco de queda de árvores, fios, postes e semáforos;
  • Cuidado especial com as crianças. Os adultos devem acompanhá-las e segurá-las pelos pulsos durante todo o período de enchentes;
  • Se precisar atravessar ruas alagadas, tome cuidado, procure muros e paredes para usar de apoio. Uma corda segurada por 3 pessoas ou mais também serve;
  • Cuidado com a correnteza das águas: além do risco de ser arrastado, objetos grandes que estão sendo levados podem bater em você.

FONTES
Por
Juliane Garcia Ferreira
Lilian Ramos Guimarães
Soraya Martines Siqueira













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