sexta-feira, 15 de julho de 2011

"15/07 - Dia do Homem" - Vamos cuidar da saúde



       O Dia Internacional do Homem é comemorado oficialmente em vários países, e também no Brasil, em 15 de Julho. A data foi estabelecida há 10 anos pelo ex-presidente russo Mikhail Gorbachev, com apoio da Organização das Nações Unidas (ONU) e outros grupos de defesa dos direitos masculinos da América do Norte, Europa, África e Ásia.
       A ocasião também tem sido usada para promover a igualdade entre os gêneros, destacando os papéis positivos desempenhados pelos homens, bem como para estimular a população masculina a cuidar da saúde, em especial os mais jovens.
Diferentemente das mulheres, que destinam boa parte do tempo aos cuidados com a saúde e beleza, muitos homens são resistentes à realização de exames de rotina e à ida ao médico. Segundo o urologista Cristiano Gomes, do Hospital das Clínicas de São Paulo (HC-SP), as principais queixas deles estão relacionadas a distúrbios sexuais (impotência e ejaculação precoce), doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), cálculos renais e disfunções urinárias.   Ele acredita que essa dificuldade em procurar auxílio médico ainda está muito ligada ao preconceito, embora reconheça que isso tem diminuído gradativamente. “O fato de muitos acharem que o exame da próstata é invasivo contribui para isto. No entanto, trata-se de um método muito simples, rápido e indolor”, afirma.
       Na opinião do médico, o papel da mulher para a quebra de tabus desse tipo é muito importante. “Além disso, a imprensa também tem ajudado na mudança de atitude dos homens frente aos exames de prevenção, ao divulgar informações sobre a importância e simplicidade da avaliação”.
       Para a coordenadora do Núcleo de Urologia Geriátrica, Miriam Dambros, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), tornar a visita ao urologista uma rotina para o homem, assim como a ida ao ginecologista é para a mulher, é fundamental para, aos poucos, desmistificar conceitos equivocados e o receio a determinados procedimentos.
No campo de cuidado à Saúde do Homem destacam-se dimensões interconexas de estudo, de pesquisa, de cuidado, e quando necessário de assistência:
  • O Cuidado a Saúde Afetiva;
  • O Cuidado a Saúde Genital;
  • O Cuidado a Saúde Urinária;
  • O Cuidado a Saúde Sexual;
  • O Cuidado a Saúde Reprodutiva e
  • O Cuidado a Saúde Espiritual.
Hormônios e o Destino Sexual
       Antes mesmo do nascimento, homens e mulheres apresentam diferenças em relação aos hormônios. Os fetos masculinos produzem mais testosterona da oitava à vigésima quarta semana de gestação e esses hormônios determinam o desenvolvimento da genitália externa.  A exposição pré-natal aos andrógenos produz um corpo masculino; sem andrógenos, desenvolve-se um corpo feminino. Com isto, alguns afirmam que o primeiro ser humano foi Eva, em vez de Adão. O corpo básico é feminino por natureza, tornando-se masculino sob a ação dos andrógenos.
Menopausa masculina: pode ser verdade
      Algumas vezes, o termo menopausa masculina é utilizado para descrever as alterações físicas e psicossociais que ocorrem nos homens a partir dos 40 anos de idade. Embora os níveis de testosterona nesses indivíduos geralmente diminuam, não é correto utilizar esse termo.
      A palavra começa com m-e-n, que não se refere ao sexo - e, sim, à menstruação. Portanto, tendo em vista que homens não menstruam, não se deve utilizar o termo menopausa (que significa o fim da menstruação) para indivíduos do sexo masculino.
Alguns médicos preferem utilizar o termo andropausa. Nas mulheres, deixa de ocorrer a ovulação e os níveis dos hormônios sexuais femininos caem rapidamente. Nos homens, ocorre uma diminuição progressiva na produção dos hormônios masculinos. Outros termos empregados para descrever esse evento encontrado no sexo masculino incluem climatério masculino, viropausa e síndrome dos níveis reduzidos de testosterona.
      De modo geral, homens mais idosos apresentam níveis menores de testosterona que os jovens. Após os 30 anos, esses valores começam a diminuir. A incapacidade reprodutiva encontrada após a menopausa, no entanto, não ocorre no sexo masculino.
       Enquanto todas as mulheres passam pela menopausa, nem todos os homens apresentam níveis reduzidos de testosterona na idade avançada. A andropausa não está relacionada com a deficiência completa da função das gônadas (órgãos reprodutivos), a redução nos níveis de testosterona é lenta e progressiva os valores permanecem dentro dos limites da normalidade. Em geral, os homens mantém a capacidade reprodutiva até por volta dos 70 anos de idade.
Independente da idade, doenças testiculares ou da hipófise (glândula que controla os testículos) também podem provocar redução nos níveis de testosterona. O hipogonadismo, como é chamada essa condição clínica, pode ser responsável pelo enfraquecimento dos ossos, disfunção sexual e perda de massa muscular.
Andropausa e crise da meia-idade
      É importante distinguir a andropausa e a crise da meia-idade. A andropausa corresponde a alterações pelas quais os homens passam na meia-idade. A crise da meia-idade, por sua vez, é resultado dos conflitos individuais causados por essas alterações. Os principais sinais e sintomas encontrados em pacientes com níveis reduzidos de testosterona incluem:
  • Menor crescimento de barba;
  • Aumento da quantidade de gordura corporal;
  • Perda de massa muscular e óssea;
  • Fogachos (calores noturnos);
  • Irritabiliadade;
  • Alteraçoes do humor;
  • Dificuldade de concentração;
  • Depressão;
  • Fadiga;
  • Aumento do volume de mama e
  • Disfunção Erétil.
Disfunção Erétil
       Uma das mais frustrantes situações experimentadas pelo homem é a falha em obter uma ereção consistente e duradoura para a realização do ato sexual. Disfunção erétil (alteração no processo normal de ereção peniana), é hoje o termo considerado mais apropriado para o que antes chamávamos impotência sexual. Cerca de, aproximadamente, 20 milhões de brasileiros são acometidos, mas, este número, é seguramente subestimado. A maioria dos homens em algum momento de suas vidas, experimenta episódios de disfunção erétil, geralmente decorrentes de cansaço, stress ou abuso de álcool. Mas saiba que, uma falha ocasional não deve ser supervalorizada. Ao contrário do que se acredita popularmente, a impotência sexual pode atingir homens em qualquer idade. Não são apenas os mais velhos que sofrem desse tipo de disfunção, que impede que a ereção ocorra ou que ela se prolongue por muito tempo.
O que pode provocá-la:
  • Diabetes (alto teor de açúcar no sangue);
  • Hipertensão (pressão sanguínea elevada);
  • Aterosclerose (endurecimento das artérias);
  • Bebidas alcoólicas;
  • Fumar em excesso;
  • Uso de Drogas;
  • Ansiedade;
  • Depressão.
Tratamento
       O tratamento da Disfunção Erétil exige, em primeiro lugar, melhor esclarecimento possível do diagnóstico. Caso a iniciativa de tratamento seja de um urologista, ele deverá contar, preferentemente, com a colaboração de um psiquiatra e, contrariamente, na psiquiatria o assessoramento de um urologista é indispensável. Essa é uma forma razoável e sensata para avaliar com maior precisão os eventuais fatores envolvidos na Disfunção Erétil. Na maioria das vezes, a cura é feita através de medicamentos ou cirurgia. Os métodos mais utilizados são:
  • Reposição hormonal (medicamentos compostos de hormônios);
  • Drogas de uso intrauretral (aplicadas através da introdução de um dispositivo que ejeta a droga no terço distal da uretra, após a micção);
  • Injeção intracavernosa (injeções aplicadas no pênis);
  • Tratamento cirúrgico;
  • Aparelho a vácuo;
  • Próteses penianas;
  • Tratamento por via oral.
      Embora recentes e grandes descobertas científicas de novos tratamentos para o pênis estimulem algumas pessoas a afirmar que a disfunção erétil é quase sempre de proveniente do organismo, essas declarações não se baseiam em estudos populacionais e acabam carecendo de consistência. A psiquiatria também pode contribuir para a abordagem do relacionamento do homem impotente com a sua companheira, abordagem dos conflitos e ansiedades comprometedoras da função sexual.

Câncer de Prostata e Auto-exame 
A próstata é uma glândula, localizada na saída da bexiga, por onde atravessa a primeira porção da uretra, que é o canal que leva a urina da bexiga para o meio externo. A próstata contribui para a formação do líquido seminal, que é a maior parte do líquido liberado junto com a ejaculação. Portanto a uretra do homem além de ser a passagem de urina, por ela também pode passar o líquido seminal juntamente com os espermatozóides vindos do testículo.
Pode-se distinguir na próstata uma porção glandular e central, que é por onde passa a uretra, e outra predominantemente fibrosa, que envolve a glândula, chamada de cápsula.
O câncer de próstata é bastante comum em homens, mais especificamente entre os que estão na faixa etária de 15 a 40 anos. É recomendável que todos os homens façam o auto-exame pelo menos uma vez ao ano e que procure o médico se sentir qualquer um desses sintomas: anemia, indisposição, perda de peso, inapetência, dores ósseas, fraturas patológicas, perda de força nuscular e paraplegia, obstrução urinária, insuficiência renal obstrutiva e sangramento urinário.
            Auto-Exame deve ser utilizado como método preventivo
Deve ser feito em pé após um banho quente, pois é quando a pele da bolsa escrotal esta mais relaxada. Deve-se observar qualquer alteração no tamanho, sensação de peso, dor no abdômen, na virilha ou nos testículos ou líquido no escroto.
O pênis também deve ser investigado quanto a manchas esbranquiçadas, feridas ou caroços, secreções e mau cheiro.
Fatores de risco
  • Idade entre 15 e 40 anos.
  • Criptorquidia (ausência da descida dos testículos. Em cerca de 3% das crianças do sexo masculino, os testículos não apresentam a descida normal desde o abdome até a bolsa escrotal antes do nascimento. Nesses pacientes, observa-se um risco elevado de câncer no testículo acometido e até mesmo no testículo localizado na bolsa)
  • História familiar.
  • Raça e grupo étnico. O risco de câncer de testículo é maior entre os brancos americanos.

 

Novos Tratamentos
Algumas linhas de pesquisa em andamento talvez venham a revolucionar o tratamento do câncer de próstata nos próximos anos. Uma delas persegue o objetivo de inibir o aporte sanguíneo ao tumor, promovendo a morte de suas células por falta de alimento e oxigênio. Estudos pioneiros do doutor Judah Folkman, da Universidade de Harvard, demonstraram que as células cancerosas produzem proteínas, chamadas "angiogenéticas", que atraem vasos sanguíneos para o local. Esta etapa é essencial para o desenvolvimento do câncer, já que o mesmo não cresce se não receber nutrientes trazidos pela corrente sanguínea. Trabalhando nesta linha, a doutora Jaminska Vukanovic, do Johns Hopkins Cancer Center, de Baltimore, descobriu que uma carboxamida denominada linomide, bloqueia as proteínas angiogenéticas e diminui em cerca de 40% o fluxo sanguíneo para o tumor em ratos com câncer da próstata. É provável que este princípio terapêutico venha a ser usado em seres humanos proximamente.
Outra linha de pesquisa promissora é o da terapia genética. Estudos já citados demonstraram que as células normais produzem proteínas de vigilância, como a p53 e a p21, que promovem o suicídio das células quando elas apresentam degeneração maligna. Os genes que comandam a produção destas proteínas desaparecem nos pacientes com câncer da próstata, permitindo o crescimento descontrolado do tumor. Pesquisadores da Universidade de Baylor, em Houston, utilizando um vírus transportador, conseguiram introduzir na cadeia de DNA de células cancerosas da próstata, os genes que produzem as proteínas p53 e p21. Com esta manobra, conseguiram retardar o crescimento de tumores implantados em camundongos e aumentaram de forma significativa a sobrevida destes animais.
Outra modalidade de terapia genética bastante atraente vem sendo desenvolvida no Johns Hopkins Cancer Center, que recentemente iniciou os primeiros estudos em seres humanos. Células extraídas de tumores da próstata são inativadas e, em seguida, impregnadas por genes que produzem linfocinas, proteínas com capacidade de desencadear uma potente reação imunológica do organismo contra elementos malignos. Com isto se obtém uma vacina tumoral, que fornecida à indivíduos com câncer da próstata, produz uma reação específica que tende a destruir as células injetadas e o tumor prostático primitivo, formado por células semelhantes. Os resultados clínicos preliminares indicam que a terapia genética talvez venha a ter um papel relevante nos pacientes que permanecem com resíduos de tumor após o tratamento convencional.
Prevenção
Segundo informações contidas no site medico.org.br, Hábitos dietéticos talvez possam reduzir os riscos de câncer da próstata. Neste sentido, tem-se recomendado alimentação com baixo teor de gordura animal, comum nos países onde a incidência da doença é baixa (apenas 15% do total de calorias sob forma de gordura). A ingestão abundante de tomate e seus derivados parece diminuir de 35% os riscos de câncer da próstata, segundo estudo realizado na Universidade de Harvard. O efeito benéfico do tomate resultaria da presença de grandes quantidades de licopeno, um b -caroteno natural precursor da vitamina A. Finalmente, complementação dietética com vitamina E (800 mg ao dia) e com selênio (200 µg ao dia) talvez tenha um efeito protetor contra o câncer da próstata, de acordo com dados do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, de Nova York.
Como a testosterona constitui um dos combustíveis que alimenta o câncer da próstata, é possível que o bloqueio parcial deste hormônio possa reduzir a incidência da doença. Com esta perspectiva, o National Cancer Institute, dos Estados Unidos, estabeleceu um projeto para explorar um eventual papel da finasterida na prevenção dos tumores malignos da próstata. Esta medicação bloqueia a enzima 5 a -redutase, responsável pela ação da testosterona na célula prostática e não interfere significativamente com a função sexual do paciente, comum quando se utilizam outros antagonistas da testosterona.
Qualidade de Vida e Vitalidade sexual
      Nos últimos anos, ocorreram muitas mudanças no modo de ver o sexo. Não se fala mais apenas em ereções, maratonas sexuais e múltiplos parceiros, embora alguns tenham interesse particular nesses aspectos. Hoje em dia, temos mais responsabilidade com a nossa saúde e com a de nossos parceiros. O sexo seguro - evitando as doenças sexualmente transmissíveis e as gestações indesejadas - é considerado racional e está na moda. Os preservativos estão de volta, o controle da natalidade é importante, e conhecer o parceiro é crucial para manter-se saudável. Sempre houve alguns perigos intrínsecos à atividade sexual, desde a sífilis à gonorréia, passando pelo herpes e, mais recentemente, a AIDS.



"Por falta de informação ou por vergonha, boa parte da população masculina nunca procura a ajuda de um urologista, a fim de esclarecer suas dúvidas. O que poucos homens imaginam é que, ao procurar um médico para solucionar uma dificuldade de ereção, eles também podem estar se prevenindo de consequências mais graves, como um infarto ou um acidente vascular cerebral (AVC), por exemplo."

Por:
Juliane Garcia
Lilian Ramos Guimarâes
Soraya Martines Siqueira

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